Saiba como contribuir para o desenvolvimento de uma alimentação infantil saudável ao mesmo tempo que possibilita a tomada de decisões.
Dando sequência ao nosso artigo anterior, Comer bem é bem mais que ingerir nutrientes, onde introduzimos o que é comer saudável com a intenção de ampliar nosso olhar para isso, iremos avançar um pouco mais para entender o papel de cada um de nós.
A criança sozinha ainda não possui a habilidade, responsabilidade e competência para tomar todas as decisões e executar tudo em relação à própria alimentação. Nós, como responsáveis, temos que ser adultos para tudo: desde o educar até o comer. Mesmo que o comer seja apenas um dos aspectos da criança/adolescente no qual gastamos uma enorme energia.
É esperado que nos enxerguemos no papel de provedores, mas também somos os facilitadores da relação da criança com a alimentação. Devemos ir além da mesa posta com um ambiente agradável, cuidando para não depositar em nossas crianças as expectativas em relação a aceitação e gostos que muitas vezes nós mesmos não temos.
No IEIJ nós incentivamos a alimentação saudável
Barganha não é a solução
Quem nunca ofereceu barganha para que a criança comesse o alimento que consideramos essencial? Quantas vezes na preocupação dos nossos filhos se alimentarem bem, não ficarem com fome ou doentes, nós interferimos na quantidade de comida ingerida. Todos esses comportamentos são intrusivos. Eles já são seres humanos inteiros, com os próprios gostos que, às vezes, não batem com os nossos.
Mas não quer dizer que não iremos fazer as escolhas apropriadas para a criança, obviamente. Quer dizer que nossa responsabilidade quanto provedor é trazer as melhores escolhas para dentro de casa e oferecer essas escolhas limitadas à criança, a ensinando a realizar boas escolhas.
Com essas micro-decisões sobre a alimentação, damos oportunidade para o desenvolvimento enquanto respeitamos o momento de saciedade. Falar um “não” na hora certa e manter o que foi dito, sem uma punição ou recompensa. É enxergar que estamos facilitando o conhecimento e aprendizado em relação a alimentação durante toda a infância.
Muitos de nós confundimos fome com emoções, temos N problemas ao que comemos, ficamos capturados pela cultura da dieta e estamos tendo que se reeducar em vários aspectos. Quando a gente modela e cuida dessa relação que está sendo construída desde criança, conseguimos proporcionar autonomia e liberdade que as levam compreender que precisam respeitar o próprio corpo e a saciedade.
>> Leia também: A função paterna e a construção da autonomia
Provedores e facilitadores
Como provedores, precisamos levar boas escolhas para dentro de casa: comprar, escolher e preparar alimentos que consideramos corretos. Sendo facilitadores, daremos acesso às crianças a esses alimentos, estimulando-as a tomarem boas decisões no universo daquilo que apresentamos.
Tiramos o foco de quantidade, de um “alimento salvador”, e colocamos no dia a dia, no ensinamento de escolhas. Nessas oportunidades limitadas de escolha já é possível praticar a autonomia. Ensinamos bons modos à mesa, mas não interferimos tanto no modo de como vão comer, a criança precisa ter prazer naquilo que está fazendo.
Então, resumidamente, alguns comportamentos irão direcionar como seremos facilitadores no momento da refeição. Evitar punições, recompensas e julgamentos sobre os alimentos, proporcionar escolhas limitadas e tomar boas decisões de compra como provedores. Esse é um pouco do nosso papel como responsáveis.
A alimentação do seu filho é uma prioridade nossa
O papel da escola
A escola, por sua vez, tem o papel de proporcionar um ambiente escolar propício, prazeroso, além de não interferir na quantidade ingerida, tendo em vista que é a própria criança que está em contato com a fome e saciedade.
Não tem como trabalhar com a alimentação da criança sem integrar escola e família. São todos ambientes com pessoas que influenciam a formação da criança e nós do IEIJ temos consciência disso. Fazemos o possível para que nossos alunos tenham uma relação harmoniosa e divertida com a comida, incentivando-os a escolher, colher e preparar os próprios alimentos com o nosso auxílio. Se você procura uma escola que valorize a alimentação do seu filho, que tal conversarmos?